Ao número 58.

Foto pega do blog: http://fotosviseu.blogspot.com

Hoje são 58. Os 58, teoricamente insuportáveis. 58 de alguma dor, produção intensa, alegrias muitas. 58 contados numa cartelinha verde que apita todos os dias avisando de mais um. Tantos desses uns que formam o tal 58 a atropelaram, que ela nem os sentiu. Outros uns sentiu nas costas, um cansaço irremediavelmente feliz de tantas mais coisas para cansá-la nos próximos 58. Alguns outros uns do 58 foram mais sentidos, doídos, carregados de imagens, lembranças e tantas outras coisas que às vezes fazem gente chorar. No começo da contagem dos 58 ,as duas últimas bolinhas brancas da última  cartelinha verde daqueles tempos, diziam, solenemente: você não consegue. Talvez olhar a cartelinha nova com mais 28 bolinhas brancas, tão reluzentes, lhe dera forças pra seguir. Para perceber a cada apito de uma nova bolinha o quanto tudo pode ser maravilhoso. Ou nem tanto. Mas o nem tanto é bom. Diferente do SE, o nem tanto vive, pulsa, chora, vibra. O SE, lamenta. As bolinhas brancas dizem a todo momento: que vale a experiência antes da ciência? Ontem, talvez por olhar as duas últimas bolinhas brancas, tão solitárias na cartelinha verde, letrinhas numa tela branca e azul pediam companhia. Outras letrinhas vindas de outra tela branca com azul responderam pode ir. As letrinhas do lado de cá perceberam que as duas últimas bolinhas brancas não precisavam da tal companhia, porque depois da duas últimas bolinhas brancas viriam  mais 28 bolinhas felizes, animadas e depois mais 28 formando mais um 58 a ser comemorado por ter sido intensamente vivido. A solidão das duas últimas bolinhas às vezes vem, mas com ela vêm mais 28 bolinhas saltitantes para serem vividas do melhor modo que há para ser vivido. O melhor, nem sempre é o mais fácil, mas ao apitar de cada bolinha, o sentimento de missão cumprida a faz saber que fez o melhor que pode. Bom como a vida é. Ainda que seja ruim.

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